IOUSP

TRABALHO DE FORMATURA

Bacharelado em Oceanografia

Aluna: Mariana Benites
Tema: “Estudo da ocorrência de gás raso nos sedimentos do Saco do Mamanguá, Paraty (RJ), através do método sísmico”
Apresentação: 28 de novembro, 6ª feira, as 11h00, anfiteatro

Poster: 08 de novembro, das 15h00 às 17h00, saguão do bloco didático

Resumo: 

Em ambientes costeiros confinados de baixa energia hidrodinâmica e alta deposição de matéria orgânica e sedimentos finos é comumente observada a presença de gás raso nos sedimentos, produzido a partir da degradação da matéria orgânica por bactérias. O método sísmico, através do reconhecimento das feições acústicas do gás, tem se mostrado eficiente no estudo de ocorrência de gás no leito marinho e utilizado para a obtenção de informações importantes acerca do ambiente de acumulação. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a ocorrência de gás raso nos sedimentos do Saco do Mamanguá e entender sua relação com as características sedimentares da área de estudo, identificando as feições acústicas do gás em registros sísmicos de alta resolução adquiridos a partir de três fontes sísmicas: Ecossonda de baixa frequência, chirp e boomer, além de imagens de Sonar de Varredura Lateral, e verificando-se a granulometria ao longo de três testemunhos. Os resultados permitiram concluir que o Saco do Mamanguá abriga acumulações de gás em toda sua área e escape ativo na sua porção intermediária. O aprisionamento e a concentração de gás pela camada seladora são altos na área interna e diminuem em direção à área externa. Isto se deve ao fato da composição granulométrica deste selo apresentar aumento de frações mais grossas em direção à área externa, aumentando a porosidade da camada seladora, e portanto permitindo maior passagem do gás. As condições para tal ocorrência de gás se estabeleceram a partir de aproximadamente 8000 anos AP quando o Saco do Mamanguá começou a ser afogado pelo mar após um período regressivo. É provável que a fonte de matéria orgânica precursora da formação de gás constitua a vegetação estabelecida durante a regressão, mas também material continental depositados após a área ter se tornado um ambiente subaquático e ainda matéria orgânica proveniente da produção marinha.