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Evolução da regeneração e reprodução assexuada: estudos em platelmintos e ascídias
Wednesday 27 April 2016, 16:00 - 17:00

Dr. Frederico D. Brown, professor do Instituto de Biociências da USP
20 de abril, quarta-feira, 16:00
Local: Sala 136, da Pós-Graduiação do IO-USP

Nesta palestra, vou discutir conceitos relacionados a mecanismos de desenvolvimento de mudança evolutiva, especificamente: variação fenotípica críptica e modularidade. Fornecerei evidências experimentais para o desenvolvimento de um cérebro críptico que se regenera após a decapitação em planarias marinhas (Policladidae), bem como para processos modulares no desenvolvimento durante a formação dos brotes e a regeneração em ascidias coloniais.

Uma análise da regeneração em diferentes platelmintos mostra diferentes potenciais para a regeneração. Nós nos concentramos no policládido Boninia divae que apresenta uma capacidade regenerativa incompleta. Para regenerar completamente uma nova cabeça, B. divae requer a presença de pelo menos uma parte do cérebro original para permanecer na porção do corpo sob a regeneração. Inesperadamente, verificou-se que os corpos da mitade do corpo sem tecido cerebral podem regenerar tecidos posteriores, incluindo uma cauda completa e o cótilo. Após a decapitação, o blastema anterior não foi formado e o corpo não regenerou uma nova cabeça, mas depois da reorganização das cordas nervosas ventrais observou-se a formação de uma agregação de células nervosas anteriores, o que temos chamado com o nome de 'novel organizing-center' (NOC). Ensaios comportamentais conduzidos em regenerar animais sugerem uma possível recuperação funcional do movimento mediada pelo NOC.

Dentro do nosso próprio filo, os tunicados evoluíram histórias de vida coloniais e solitárias várias vezes de forma independente. Ascídias coloniais da familia Styelidae formam dois tipos de organização. Em espécies mais derivadas (ou seja nas ascídias da submfamilia Botryllidae) indivíduos bem integrados da colónia compartem uma túnica comum e novos indivíduos formam-se em ciclos semanais de brotação; em contraste, os indivíduos agregados em outros Styelidae coloniais mantêm a sua própria túnica e brotam de forma independente e assíncrona. Symplegma brakenhielmi, uma espécie irmã dos Botryllidae, apresenta uma forma intermediária, isto é, os indivíduos estão bem integrados, mas o desenvolvimento ocorre de uma forma aparentemente independente. Para entender como os modos de reprodução assexuada evoluíram em nosso filo, comparamos os processos de brotamento e genomas em várias espécies de ascídias coloniais. Os nossos resultados sugerem a evolução da colonialidade é acompanhada por uma integração combinada de processos de desenvolvimento individuais.

Location Sala 136 - IOUSP

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