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Crescimento e decaimento planctônicos nos meandros da Corrente do Brasil
Wednesday 07 December 2016, 11:00

Filipe Pereira dos Santos
Orientador –Ilson Carlos Almeida da Silveira
Apresentação: 07 de dezembro, 4ª feira, as 11h00
Anfiteatro “Profa. Dra. Anna Emilia Amato de Moraes Vazzoler”

Crescimento e decaimento planctônicos nos meandros da Corrente do Brasil
TF-2016/21
Filipe Pereira dos Santos
A Corrente do Brasil (CB) flui pela margem continental sudeste do Brasil. Entre 20°S e 23°S, a margem continental muda de orientação. Isso torna a CB instável, o que leva à formação de grandes meandros ciclônicos, particularmente ao largo de Cabo Frio (23°S) e Cabo de São Tomé (22°S). Essa região é caracterizada por ressurgências costeiras durante a maior parte do ano. A interação do vento favorável a ressurgências com os meandros ciclônicos da CB torna essa área muito produtiva biologicamente. Este trabalho buscou isolar e avaliar o efeito do meandramento ciclônico na dinâmica Nutrientes-Fitoplâncton-Zooplâncton (em inglês, NPZ). Utilizamos para tal o Método da Dinâmica de Contornos, configurado como um jato meridional fluindo para sul com uma barreira rígida a oeste. Esse modelo hidrodinâmico foi acoplado a um modelo biológico NPZ desenvolvido por Flierl & Davis.1 Os campos de velocidade vertical foram calculados a partir das variações temporais no campo de função de corrente. Dois cenários dinâmicos foram avaliados: 1) Plâncton numa camada de mistura (CM) de profundidade fixa e 2) Plâncton numa CM de profundidade variável. Quando a profundidade da CM é fixa, ocorre entrada de nutrientes e diluição de fito e zooplâncton na face norte do meandro. Optamos por realizar simulações com profundidades da CM diferentes representativas de verão (42 m) e inverno (86 m), estas obtidas a partir de dados sinóticos da região. Em todas as simulações há enriquecimento de fitoplâncton no vórtice, mas as simulações de inverno apresentam maior crescimento. O Zooplâncton apresentou comportamento oposto nos cenários dinâmicos: maiores concentrações dentro do vórtice sem entranhamento e menores concentrações dentro do vórtice com entranhamento. Concluímos que o meandramento de mesosescala da CB proporciona condições favoráveis para o desenvolvimento planctônico. O inverno parece ser mais rico que o verão e portanto apresenta blooms mais intensos associados às feições de mesosescala. E, por fim, possivelmente, o zooplâncton não pode ser tratado como um traçador, mas como partículas com certa autonomia. Alguma habilidade natatória pode ser responsável por mantê-los na camada superior do oceano real, onde ambos entranhamento e alteração da profundidade das isopicnais ocorrem.
Palavras-chave: Dinâmica de contornos, modelo NPZ, meandros ciclônicos, Cabo Frio, Cabo de São Tomé, Corrente do Brasil.

Location Anfiteatro IOUSP

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